Menores cujos pais são suspeitos de negligência e abandono intelectual são ouvidos na Dceca

29 de agosto de 2017 - 17:57

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) colheu os depoimentos de cinco dos seis filhos de um casal que mantinha sua família trancada em casa, no bairro Dionísio Torres – Área Integrada de Segurança 10 (AIS 10) de Fortaleza. As crianças e adolescentes, com idades entre 04 e 17 anos, foram ouvidas, na tarde desta segunda-feira (28), na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) – responsável por dar continuidade às investigações sobre o caso.

De acordo com a delegada Ivana Timbó, titular da Dceca, os levantamentos sobre a situação das crianças e adolescentes foram iniciados pela Defensoria Pública, que recebeu denúncias sobre as condições de vida dos seis filhos do casal, que moravam em um apartamento em um condomínio no Dionísio Torres. Na última sexta-feira (28), uma ação foi realizada no imóvel em cumprimento a um mandado de busca e apreensão. Os menores foram retirados de lá sob a responsabilidade da Defensoria Pública e do Conselho Tutelar e encaminhados para um abrigo. Pai e mãe foram conduzidos à delegacia, onde prestaram depoimento. Houve ainda as apreensões de duas armas de fogo no apartamento, mas o armamento possuía registro. O trabalho contou com o apoio de equipes da Dceca.

Os menores estão em um abrigo e foram levados para a especializada, nesta tarde (28), pelo Conselho Tutelar. A irmã mais velha, de 19 anos, está sob os cuidados de parentes maternos e também deverá ser ouvida. Ainda segundo Ivana Timbó, as crianças demonstraram muito amor pelos pais, sem sinal de violência ou maus tratos. Os menores saíam apenas para a parte externa do condomínio e, para outros locais, somente acompanhados dos pais. O homem e a mulher poderão responder a processo por negligência e abandono intelectual (pela ausência das crianças na escola).

Um inquérito policial sobre o fato foi instaurado na Dceca, que segue com as investigações. Mais pessoas serão ouvidas e levantamentos serão feitos no imóvel onde a família morava. Enquanto isso, as crianças permanecem em um abrigo. Os adultos foram liberados por não existirem subsídios que configurassem flagrante e pelo fato de nenhuma vítima ter sido apresentada à delegacia no dia da ação – 25 de agosto.