Polícia Civil solicita perícias em objetos encontrados com corpo de advogado e outras análises

21 de fevereiro de 2017 - 18:20

Depois de aproximadamente 48 horas de buscas, o corpo do advogado Aldrin Helanio Coelho Fonteles (47) foi localizado, na tarde desse domingo (19), dentro de um poço que fica em frente à sua residência, no loteamento Novo Iguape, em Aquiraz – Área Integrada de Segurança 09 (AIS 09). O cadáver da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exame cadavérico. Também serão feitas perícias em objetos encontrados com ele e análises de materiais genéticos do caseiro e de sua companheira, presos em flagrante pelo homicídio de Aldrin. As investigações prosseguem nos sentido de apurar a motivação para o delito.

A Polícia descobriu o assassinato de Aldrin quando o Departamento de Inteligência da PCCE (DIP) iniciou investigações sobre seu desaparecimento. A partir daí, a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também passou a atuar no caso, em um trabalho integrado entre as equipes das duas especializadas. “Nós recolhemos a corda que foi usada para o enforcamento e também para transporte do corpo da casa até o poço e estamos encaminhando para análise de material genético dos suspeitos, porque, ele (caseiro) segurando a corda, fica nela o seu DNA e os fluídos de sua mão”, detalha o delegado Leonardo Barreto, diretor da Divisão de Homicídios, ao explicar que isso se trata de mais uma comprovação técnica, objetiva e pericial. O caseiro disse que utilizou uma corda para enforcar o advogado.

Ainda ontem (19), foram feitos os encaminhamentos para a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) solicitando a realização de exame ortodôntico da lesão no dedo do caseiro, a fim de comprovar compatibilidade com a arcada dentária da vítima. O suspeito disse à Polícia que sofreu uma mordida do advogado durante a briga que resultou no assassinato. Ele também relatou que houve luta corporal entre eles. Por isso, foi solicitado exame que retira material genético de debaixo das unhas dos presos, para averiguar a existência de material genético da vítima.

A Polícia continua os trabalhos à procura de outras testemunhas no sentido de aprofundar as investigações sobre a versão dada pelo casal preso. Ainda segundo o delegado, com o corpo de Aldrin, os agentes de segurança encontraram um anel com a “Oração do Pai Nosso” escrita e um crucifiquisso, que prontamente foi reconhecido por seus familiares ainda no local. Esse reconhecimento também será formalizado dentro do inquérito policial. Perícias complementares continuam sendo realizadas em alguns cômodos isolados do imóvel. Uma faca também foi apreendida no local do crime para ser averiguado se tem ou não relação com o fato. “Vamos avaliar também a necessidade ou não de fazer a reconstituição do crime, a chamada reprodução simulada dos fatos”, conclui Leonardo Barreto.

Buscas
Os trabalhos à procura do cadáver foram realizados por equipes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio de policiais da DHPP, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE). Para ter acesso ao local onde o corpo foi deixado, foi necessária a utilização de uma retroescavadeira.  Além do poço, com cerca de 20 metros de profundidade, as buscas também foram feitas em outros locais da propriedade, como em mais dois poços, em um terreno baldio, em um viveiro de peixes e no banheiro que era usado pelo caseiro.

O Corpo de Bombeiros foi acionado ainda na sexta (17), quando as buscas começaram. Um dos militares desceu no poço e verificou que existia um piso de cimento ao fundo. Os bombeiros tentaram quebrar a superfície feita, mas havia risco de desabamento. Então, uma logística foi traçada para remover o corpo em segurança.

O caseiro, identificado como Antônio Rodrigo de Sousa (34), confessou o crime e foi preso em flagrante juntamente com sua companheira, Maria Ivone Nascimento Menezes (38). As capturas ocorreram na última sexta-feira (17), quando as buscas pelo corpo do advogado foram iniciadas no local apontado por Antônio onde ele o teria deixado – no poço. Ambos foram conduzidos à sede da DHPP, onde foram autuados por homicídio qualificado por motivo fútil, ocultação de cadáver e fraude processual, por terem lavado o local do crime.

Entenda o caso
Familiares do advogado registraram, na sexta (17), o desaparecimento da vítima. A partir das informações iniciais, os policiais da DIP passaram a realizar investigações e foram até a residência da vítima, um sítio localizado no loteamento Novo Iguape, no Aquiraz. No local, os policiais perceberam as atitudes suspeita de Antônio e, quando o interrogaram, ele confessou o crime. Conforme o homem, Aldrin foi assassinado após uma discussão entre ele e o suspeito. A companheira de Antônio, Maria Ivone, também foi presa por as investigações apontaram que ela ajudou o marido a assassinar e ocultar o cadáver.