Esquema de furto de carros durante test drive é desfeito pela Polícia Civil

21 de fevereiro de 2017 - 18:47

Fazer um test drive em um automóvel, para muitas pessoas, representa a chance de experimentar a potência do carro dos sonhos antes da compra. Mas para um homem identificado como Leandro Oliveira Leite (27) era a oportunidade de furtar veículos sem chamar muita atenção. Os testes feitos por ele viraram casos de Polícia e, na última sexta-feira (17), a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) interrompeu o esquema criminoso dele e de outros dois comparsas. A captura do trio se deu no bairro Conjunto Esperança – Área Integrada de Segurança 5 (AIS 5) de Fortaleza.

As investigações, desenvolvidas por equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), resultaram nas prisões de Leandro Oliveira Leite (27), que responde por estelionato, Emerson Costa Antônio (29), que responde a seis procedimentos policiais por roubo, sendo dois por roubo de veículo, além de outros dois por porte ilegal de arma de fogo, e Janderson Melo da Silva (29), que responde por posse e porte ilegal de arma de fogo.

A captura do trio se deu em uma churrascaria, no bairro Conjunto Esperança. Os policiais chegaram aos suspeitos após receberem informações sobre a localização deles e que estavam prestes a cometer novos delitos. Os investigadores montaram vigilância em pontos estratégicos do bairro. Leandro foi preso em cumprimento a um mandado de prisão preventiva por roubo e também autuado em flagrante, juntamente com Emerson e Janderson, por associação criminosa e na Lei das Organizações Criminosas. Com eles, a Polícia apreendeu um revólver calibre 38 com cano longo e numeração raspada. O procedimento policial foi registrado na sede da DRFVC, para onde os presos foram encaminhados. Se somadas as ocorrências nas quais os três são envolvidos, juntos, eles são suspeitos de subtraírem pelo menos 20 carros.

Os policiais da especializada receberam várias notícias crime sobre os delitos cometidos por Leandro, que acabou conhecido como o “Gordinho do test drive”. De acordo com o delegado Fernando Cavalcante, titular da DRFVC, o criminoso já teria furtado cerca 14 automóveis, de concessionárias, revendedoras e pessoas comuns interessas em vender seus veículos. Ainda segundo o delegado Cavalcante, Leandro utilizava a mesma tática: pedia para testar o veículo e inventava uma desculpa qualquer para o vendedor ou qualquer pessoa que o estivesse acompanhando descesse do carro. “Ele inventava que a placa estava batendo ou que ouvia um barulho estranho, por exemplo, e pedia para a pessoa descer e verificar”, explica a autoridade policial, detalhando que nesse momento o suspeito aproveitava para sair sozinho no automóvel. “Mas também teve um caso em que ele apontou uma arma de fogo para uma vendedora”, continua o delegado.

Durante as investigações, a Polícia descobriu que o suspeito não atuava sozinho. Emerson e Janderson eram os responsáveis por revender os veículos furtados, além de roubarem outros. De acordo com os levantamentos policiais, a dupla roubou cerca de seis carros, sendo quatro deles (um Cross Fox de cor cinza, um Voyage prata, um Punto branco e um Ônix de cor preta) tomados no bairro Maraponga. Enquanto Emerson dirigia, seu comparsa abordava as vítimas com uma arma de fogo e anunciava o assalto.

Os transportes oriundos de furtos eram levados para um imóvel no município de Maranguape e, de lá, negociados em sucatas, onde muitos eram desmanchados e suas peças vendidas. Já os carros roubados, eram deixados por determinado tempo em estacionamentos de supermercados ou em locais com grande fluxo de pessoas, até que o funcionário de uma sucata partícipe do esquema fosse buscá-lo para que ele tivesse o mesmo destino dos outros.

Ainda segundo o titular da DRFVC, Leandro confessou os furtos dos veículos. De acordo com os levantamentos policiais, ele também é responsável por aplicar golpes em diversas cidades com falsas negociações de cartas de consórcios contemplados. A Polícia também suspeita que os veículos oriundos das práticas criminosas eram revendidos para presidiários que tinham interesse em dar sequência à prática de delitos cometidos por comparsas.

As investigações sobre os presos e os crimes nos quais eles estão envolvidos continuam no sentido de saber a real quantidade de vítimas lesadas pelo bando, bem como de apurar o real destino que seria dado aos veículos e ainda localizar outros possíveis envolvidos. Um dos receptadores dos presos já foi identificado.

O receptador identificado e procurado pela Polícia