SSPDS homenageia todos aqueles que frequentam, ou frequentaram, uma instituição de ensino

12 de agosto de 2024 - 11:08 # # # # # # #

Acordar antes mesmo do dia raiar, sair de casa em jejum, se vestir à risca e percorrer um longo caminho até a instituição de ensino. No Dia Nacional do Estudante, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) homenageia todos aqueles que frequentam, ou frequentaram, uma instituição de ensino. A data é celebrada com a narrativa de alunos e ex-alunos da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE). Se os sacrifícios deles exigiram superação; por outro lado, demonstram que adquirir conhecimento é a melhor forma de servir à sociedade com ética e excelência.

A Aesp é o órgão vinculado à SSPDS responsável pela formação inicial e continuada de todos os profissionais que integram o sistema de Segurança Pública e Defesa Social cearense. Desde 18 de maio de 2011, todos os profissionais que ingressaram na Polícia Civil, Polícia Militar, Perícia Forense e Corpo de Bombeiros Militar passaram pela instituição de ensino. A instituição já nasceu gigante, com uma ampla infraestrutura de 60 mil m², e um corpo docente que a torna uma referência nacional e internacional no modelo de formação integrada na área da Segurança Pública.

“Também asseguramos o aperfeiçoamento e o aprimoramento do pessoal dentro de uma política pedagógica que prima pela atualização e pelo desenvolvimento de habilidades e talentos. Essas ações costumam envolver servidores de todas as forças coirmãs, além de acolher membros de órgãos municipais e federais, do Poder Legislativo e do Judiciário. Também acolhemos servidores estaduais de outras secretarias, o que resulta em otimização de recursos públicos, além de capacitação de mão-de-obra com padrões de eficiência e excelência”, acrescenta o diretor-geral da Aesp, o delegado Leonardo Barreto.

“Dirigindo-me àqueles em cursos de formação, para o ingresso em alguma das forças coirmãs: parabenizo-os pelo Dia do Estudante. São homens e mulheres aprendendo conteúdos teóricos e práticos para a prestação de um serviço fundamental à população cearense e àqueles que visitam o nosso Estado. Não tenho dúvidas de que sairão desta Academia excelentes quadros”, frisa o diretor-geral, que é doutorando em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Aos demais estudantes, aconselha: “A firmeza de propósito e a busca pela realização pessoal os levará aonde quiserem”.

Um sonho em cores reais

“Quando criança, presenciei um incêndio próximo a minha casa e, no atendimento dessa ocorrência, havia uma bombeira militar contendo o fogo. Naquele momento, eu soube qual seria a minha profissão e falei para minha mãe: ´eu quero ser bombeira´”, narra a própria história de vida a bombeira militar, soldado Saahra Jerônimo, de 28 anos. Até realizar o próprio sonho, no entanto, foi um longo percurso: da escola pública até a formação como técnica em Enfermagem, em 2012.

“Daí em diante, estudei para concursos públicos e adquiri conhecimento para passar para o concurso dos Bombeiros. Mas sempre precisei trabalhar, para ajudar no sustento dos meus pais. Era aquela rotina: trabalhar, estudar, estudar e trabalhar. Foi quando saiu o edital dos Bombeiros, me dediquei e recebi a aprovação. Em 2018, fui chamada para fazer o curso de formação dos Bombeiros”, complementa a bombeira militar da 2ª Companhia de Salvamento Marítimo (2ªCSMar/BBS) do Batalhão de Busca e Salvamento (BBS).

A história de vida da bombeira militar não é muito diferente das outras ex-alunas da Academia. Muitas vezes, o sonho surge em etapas e é preciso mais algum tempo para lapidá-lo até torná-lo realidade. “Sempre gostei trabalhar na Segurança Pública. Vim da Guarda Municipal, onde trabalhei por nove anos, e continuava estudando porque almejava ser inspetora de Polícia Civil”, conta a inspetora da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Daniele Rebouças, que concluiu no mês de março o curso na Aesp.

“O Curso da Aesp durou quatro meses e a rotina era bem cansativa. Tínhamos aulas todos os dias e, nas quartas-feiras cívicas, chegavamos às 6h da manhã para o hasteamento da bandeira e ficávamos até às 5h30 da tarde”, relembra a rotina até março deste ano. Para ela, o diferencial da Academia é aliar a experiência de profissionais com quem se vai trabalhar com o conhecimento. “Ser estudante é nunca parar, nunca deixar de buscar conhecimento. A gente se forma e tem sempre algo a aprender”, arremata.

Lapidando um diamante

Há quase dois meses Mayara Lima, de 27 anos, trabalha como auxiliar de perícia na Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forense (Calf) da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Até chegar a esse patamar, a graduada em Ciências Biológicas e especialista em Ciência Forense pela Universidade Estadual do Estadual do Ceará (Uece) passou por dois meses e meio de curso na Academia. “A rotina era puxada, acordava antes do sol raiar, padrão de vestimenta à risca. Por sorte, ia de carona com dois candidatos a perito criminal e mais um auxiliar de perícia”, relata Mayara.

“Sempre gostei muito de indagar tudo, procurar saber disso e daquilo. Gostava das séries policiais e investigativas, mas não sabia que aquilo poderia se tornar a minha profissão um dia. Na Universidade, uma palestra do Dr. Julio Torres, me abriu os olhos para a Perícia Forense, que é a busca da verdade, e que que ela ocupa um papel na elucidação dos crimes. Esse foi o momento em que decidi seguir a minha carreira”. “Meus estudos não terminam por aqui, é continuar estudando para novos concursos e, quem sabe, ingressar em outra pós-graduação”, acrescenta.

“Estamos sendo formados para pertencermos a uma honrosa instituição na qual possui como pilares a hierarquia e disciplina, consequentemente, é necessário seguir uma rotina baseada nestes princípios na Aesp”, versa a aluna-soldado Tamires, que é formada em Direito e sempre quis exercer uma profissão que “contribuísse com a sociedade”. “Graças a Deus aqui estou, sendo forjada para exercer a missão”.

“Ser estudante para mim é mais do que apenas frequentar as instruções e fazer avaliações. É um compromisso contínuo com o aprendizado e o crescimento pessoal. É estar aberto a novas ideias, desafiando minhas próprias crenças e expandindo meu horizonte de conhecimento. Como estudante, encontro alegria na curiosidade, na busca por respostas, e no desenvolvimento de habilidades que me ajudarão a enfrentar os desafios do futuro. Ser estudante é um processo de autodescoberta, onde cada dia oferece a oportunidade de aprender algo novo, não apenas sobre o mundo, mas também sobre mim mesmo”, arremata a aluna-soldado Aragão.

Dois séculos de história

Todos os anos, o Brasil inteiro celebra o Dia do Estudante. A comemoração acontece desde o ano de 1927 e remonta um fato histórico que aconteceu 100 anos antes. É que em 11 de agosto de 1827, Dom Pedro I autorizou a criação das duas primeiras faculdades do Brasil: a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco; e a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo. A sugestão para a escolha da data é atribuída ao advogado Celso Gand Ley.

O advogado, que estava participando das comemorações do centenários das faculdades, sugeriu aos demais participantes que, na mesma data, fosse instituído o Dia do Estudante, já que, mais do que símbolo do início dos cursos jurídicos no Brasil, as faculdades de Direito eram também ícones da história da educação brasileira. Como o dia marca a criação dos primeiros cursos de Direito e de Ensino Superior, a data ficou marcada como o Dia do Estudante e, também, o Dia do Advogado.