Ações conjuntas das secretarias da Segurança Pública e Educação fomentam a cultura de paz nas escolas
10 de maio de 2023 - 17:34 ##Copac ##Escolas ##Seduc #Governo #SSPDS
Camila Freitas – Texto Thiago Gaspar, Carlos Gibaja e divulgação – Fotos
Rodas de conversa, visitas, palestras e integração entre escola, polícias e comunidade: o diálogo é uma das medidas que buscam transformar rotinas nas escolas cearenses. A ação conjunta das secretarias da Educação e da Segurança Pública desenvolve formas de compreender as necessidades dos estudantes e de coibir possíveis ocorrências.
Cultura de Paz
Integrante do Comando de Proteção e Apoio às Comunidades (Copac) da Polícia Militar do Ceará, o Grupo de Segurança Escolar (GSE) oferece atendimento qualificado às demandas escolares, policiamento e patrulhamento no entorno das escolas e mediação de conflitos intraescolares, além de reuniões, palestras e contato direto com a comunidade escolar, desenvolvendo uma política de proximidade entre policiais, professores, estudantes e pais.
“Temos algumas experiências exitosas, como o grupo de Whatsapp onde estão todos os diretores e a equipe de segurança escolar do território, com acesso via telefone ou whatsapp às equipes que fazem a segurança da região, a fixação dos policiais no território e, principalmente, com a qualificação dos agentes que atuam neste grupo focada em mais sensibilidade às demandas escolares, diferenciando um ato de indisciplina de um ato infracional ou crime, fortalecendo os vínculos naquele local”, detalha o comandante do Copac, major Messias Mendes.
De fevereiro a dezembro de 2022, o GSE realizou 10.379 visitas a escolas em Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape e Sobral, onde o Copac está instalado. Somente no primeiro trimestre deste ano foram 1.786 acompanhamentos. Para o sargento Herlando Alves, que compõe uma das equipes do GSE, a constância no relacionamento com as escolas mostra resultados satisfatórios: “Realizamos um acompanhamento semanal e disponibilizamos nosso contato a diretores e professores, além do 190”, disse.
O Comando desenvolve junto à Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre), da Polícia Civil, o monitoramento e identificação de quem divulga ameaças às escolas no estado. “Além dessa identificação, dispomos de uma equipe que dialoga com as comissões de proteção e prevenção à violência instituídas no Estado pela lei 17.253, de 2020, oferecendo orientações e palestras aos alunos para evitar a disseminação de discursos odiosos e discriminatórios no ambiente escolar. Hoje, 90% das nossas ocorrências estão relacionadas ao mau uso das redes sociais. É com a educação que a gente muda essa realidade”, afirma o inspetor Cláudio Marques, diretor da Dipre.
Acolhimento e cidadania em sala de aula
Além das comissões escolares, a Secretaria da Educação baseia o ensino das escolas estaduais, desde 2018, na Política Estadual de Desenvolvimento de Competências Socioemocionais. A estrutura da secretaria dispõe de 60 psicólogos e 30 assistentes sociais educacionais lotados na Capital e no Interior do estado para fortalecer a relação entre escola, família e comunidade.
Quem conduz as ações de desenvolvimento socioemocional dos estudantes é o professor diretor de turma, que realiza em cada escola o programa Diálogos Socioemocionais. “Nós fazemos um trabalho no sentido de sensibilizar os pais para a importância do cuidado com a saúde mental dos filhos, desconstruindo preconceitos em torno dessas questões”, ressalta a professora Luiza Vitória Terassi Hortelan, diretora de turma da Escola Estadual de Educação Profissional Miguel Gurgel, em Fortaleza.
“A Secretaria de Educação do Ceará conta com uma rede de apoio que desenvolve programas focados na promoção da cultura de paz, direcionados tanto para alunos como para professores, e voltados para o desenvolvimento de ações que abordam temáticas como respeito, autoestima, autocuidado, prevenção de atitudes destrutivas, como agressões, autolesão e suicídio, além do desenvolvimento de competências socioemocionais, visando reduzir danos emocionais, sociais e físicos de quem convive com situações dessa natureza”, pontua a psicóloga educacional da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) 2, Mirelle Freitas.
Diante de potenciais ameaças, é importante ter atenção para não compartilhar fotos e vídeos de ataques nas redes sociais, que, além do pânico social, podem estimular novos casos. Procure a Polícia Militar por meio do 190, o Disque-Denúncia pelo número 181 ou entre em contato com o WhatsApp (85) 3103-0181 para manter as escolas livres da violência.