Histórias de profissionais de segurança que se formaram na Aesp e retornaram para sala de aula como professor

16 de outubro de 2021 - 18:30 # # # # # #

Em homenagem ao Dia do Professor, data celebrada neste 15 de outubro, vamos contar a história de alguns profissionais de segurança pública que se formaram na Academia Estadual de Segurança Pública e depois retornaram para sala de aula da Aesp como professor, compartilhando seus conhecimentos e saberes.

Da Aesp para o CBMCE

Tenente do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, Ana Carolina Campos Olinda, formou-se na primeira turma do Curso de Formação de Oficiais promovida pela Aesp em 2014/2016. Agora, ela integra o quadro de instrutores das disciplinas voltadas ao atendimento pré-hospitalar nos cursos oferecidos pela Academia.

“Fiz todo o curso de formação na Aesp, que durou aproximadamente um ano e oito meses e retornei à Aesp como instrutora em 2018 nos cursos de atendimento pré-hospitalar, bem como, em turmas do curso de formação de novos bombeiros. É uma experiência muito gratificante poder transmitir o conhecimento e ajudar na formação de novos profissionais que irão atuar no atendimento a população. A maior riqueza de possuir um conhecimento é poder transmiti-lo e multiplicá-lo”, destaca Carolina.

A oficial, que já atuou como instrutora dos Cursos de Atendimento pré-hospital, Curso de Resgate e Atendimento pré-hospital; Curso Tático Policial Feminino; Curso de Formação Profissional para a carreira de Praças do Corpo de Bombeiros Militar (CFPCPBM), e também foi monitora do I Curso de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (Brec), conta que a docência chegou a sua vida antes da carreira militar.“Atualmente estou como professora apenas na Aesp, mas já fui professora de biologia no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros e antes de ingressar na corporação fui professora do curso de Farmácia em uma Faculdade. Sou graduada em Ciência Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará e acabei fazendo mestrado também na Uece e seguindo a carreira acadêmica de professora e pesquisadora, e mesmo depois de ingressar no CBMCE, continuo exercendo essa profissão tão fundamental”, pontua Carolina.

Se como bombeira militar, Carolina tem a nobre missão de salvar vidas, como professora ela deseja transformar vidas. “Ser professora pra mim é uma das maiores dádivas, pois significa transmitir conhecimento e, mais importante ainda, contribuir para a formação não apenas de profissionais, mas também de pessoas, influenciando da maneira mais positiva possível. Dessa forma podemos plantar sementes boas e contribuir para um mundo melhor”, declarou a professora mestre e oficial do CBMCE.

Da Aesp para a PMCE

O tenente da Polícia Militar, Thiago Aquino Vieira, também foi aluno da primeira turma de Formação de Oficias promovida pela Aesp e conta que sempre sonhou em integrar o quadro de docentes da Instituição de Ensino.

“O meu CFO foi realizado na Aesp entre 2014 e 2016, período de muito empenho, esforço e dedicação, bem como de muito aprendizado e com experiências inesquecíveis, além de muitas amizades e parceria. E quando recebi o convite para ministrar instrução na Aesp fiquei muito honrado, pois desde a época de aluno eu sonhava em um dia dar instrução na Academia onde fui forjado, por isso foi uma experiência muito especial, ainda mais porque fui dar instrução de Policiamento com Motocicletas, disciplina que me identifico bastante, para o curso de formação de oficiais, mesmo curso que fiz tempos atrás, ou seja, foi tudo como sempre sonhei!”, declarou Aquino.

Aficionado por motocicletas e com bastante experiência no policiamento sobre duas rodas, Aquino explica que antes de ser aprovado no concurso para oficial já era soldado da PMCE, lotado no então Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas. Voltar como oficial para o CPRaio com a missão de contribuir com a formação dos novos raianos foi algo que aconteceu de forma bem natural.

“Sempre admirei bastante os grandes professores que tive a oportunidade de ser aluno. Acho muito nobre essa troca de conhecimento, experiência entre alunos e professores, por isso tive um grande interesse em exercer a docência, e sempre digo nas minhas aulas que estou ali para facilitar a vida do discente, bem como para despertar nele o interesse por aquele conteúdo que estou tentando repassar, através da explicação, demonstração e correção podemos fazer com que o objetivo seja alcançado, que é atingir a evolução do aluno”, ressaltou o oficial.

Desde 2017, o militar já participou de mais de 40 turmas do Curso Especial de Policiamento com Motocicletas (CEPM) como instrutor, monitor e coordenador, além de ministrar a disciplina de Policiamento de Moto Patrulhamento e Gerenciamento de Crises para a segunda turma do Curso de Formação Profissional para Ingresso na Carreira de Oficiais Policiais Militares (CFPCO/PM).

Da Aesp para a PCCE

Felipe Porto foi aluno do Curso de Formação de Delegados da Academia Estadual de Segurança Pública no ano de 2015, época que recorda com muito carinho. “Foi o primeiro contato que muitos tiveram entre o tão sonhado cargo de delegado e a realidade das atividades expostas por professores que exercem a profissão. Ao observamos os professores comentando suas vivências, podemos projetar as possíveis atividades e os setores que podemos ocupar, passando a nos identificarmos mais com um ou outro setor que o cargo pode abranger. Aos poucos o ambiente da Academia se tornava um encontro diário de amigos com os mesmos objetivos e ideais, dispostos a melhorar e enaltecer a carreira policial”, esclarece.

O delegado, que hoje atua na Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) é professor da Aesp desde 2018 e conta que voltar a sala de aula como professor o faz relembrar sua própria história de estudante.

“A oportunidade de ministrar aulas para os novos policiais é uma volta ao passado, com uma responsabilidade muito grande, pois serviremos de espelho para muitos, bem como devemos passar o que há de melhor para aqueles que estão chegando à instituição, mostrando as realidades e que é possível evoluir para termos melhores profissionais sempre. A missão de falar sobre a atividade, sobre as boas práticas, sobre as soluções para problemas existentes, que eram os aspectos buscados por mim, enquanto aluno, agora devem ser por mim expostos, gerando a obrigação da preparação de uma aula qualificada e que sirva de base para exercício do cargo dos formandos, até porque serão eles que, muitas vezes, estarão me ladeando  nas batalhas diárias contra o crime”, explana Felipe. O profissional destaca a responsabilidade de ser professor nos cursos de formação dos novos policiais civis, policiais militares e bombeiros.

“É poder oportunizar caminhos a serem seguidos em uma atividade de grande responsabilidade. É poder ser combustível para boas práticas policiais. É ser instrumento de facilitação no desenvolvimento de uma profissão. É torna-se referência para aqueles que têm dúvidas e para aqueles que buscam ideias realistas”, conclui Felipe Porto.

Da Aesp para a Pefoce

O perito criminal Túlio Italo da Silva Oliveira, que atualmente é coordenador da Coordenadoria de Análise Laboratorial Forense (CALF/Pefoce), também foi aluno Aesp em 2015, e seu ingresso na segurança pública já iniciou marcado pela carreira acadêmica. “Antes de iniciar o curso eu estava fora do país, na Inglaterra cursando uma parte do doutorado pela Universidade Federal do Ceará e o Instituto de Pesquisas na Inglaterra, e quando as informações começaram a surgir que a segunda turma poderia ser chamada, então foi um mix de emoções. Tive que tomar a decisão para retornar ao Brasil e seguir o objetivo da minha vida que era o concurso, que era ser servidor público na área da perícia forense”, conta.

Entusiasta da educação, Túlio desenvolveu muito cedo o dom de ensinar. “Desde antes da minha graduação, na minha cidade do interior, eu já exercia a atividade de educador. Eu dava aula para cursinhos onde um grande amigo, que é professor me deu essa oportunidade, porque ele estava precisando de ajuda nesse cursinho para os colegas que iriam prestar seleção na Marinha. Quando eu adentrei ao mundo acadêmico, essa vontade ela foi impulsionada, e quando eu estava no meu mestrado e doutorado eu tive a oportunidade de ministrar disciplinas na Universidade Aberta do Brasil. Depois eu comecei a adentrar a esfera das universidades privadas, ministrando disciplinas em diversos cursos de graduação e também foi uma nova visão que foi possibilitada”, pontuou Túlio.

Mas foi em 2017, que o perito criminal passou a lecionar na Academia Estadual de Segurança pública. De lá pra cá, o professor doutor já ensinou em cursos de formação de oficiais e praças da Polícia Militar; em cursos de formação de policiais civis e em cursos de aperfeiçoamento de oficiais e de peritos. Sua atuação no ensino da segurança pública foi ainda mais ativo após a criação da Célula de pós-graduação da Aesp, quando Túlio passou a integrar o corpo docente dos cursos de especialização lato sensu, além de participar de bancas como orientador e examinador.

Por sua dedicação ao ensino na Academia Estadual de Segurança Pública, Túlio já foi agraciado com o Certificado de Honra ao Mérito Profissional na Aesp e foi o professor homenageado pela turma do Curso de Especialização em Gestão de Segurança Pública (Cegesp/2020), época em que foi necessário se adaptar ao novo cenário provocado pela pandemia do coronavírus passando a ministrar aulas na pós-graduação da Aesp por meio do ensino remoto.

“Paulo Freire que diz: ‘Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção’ e ‘Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender’ . Estas citações resumem esse ciclo do que é ser professor. Para mim é ser educador, é buscar através da minha vivência, construir, agregar e muito mais aprender com os colegas de sala de aula, com quem eu estou trabalhando porque é uma relação mútua, discente, docente, ensino, aprendizagem e isso é o que me move. É essa a motivação que eu tenho, é esse entusiasmo por lutar por uma educação, porque educação transforma, educação traz vida, traz discussão, traz diálogo e com isso muda e a mudança vem por meio do conhecimento”, finaliza o professor Túlio.

Aesp e a formação de formadores

A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE), instituição vinculada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), é responsável pela formação inicial e continuada de todos os profissionais que integram o sistema de segurança pública e defesa social do Estado do Ceará, incluindo Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Perícia Forense e Superintendência de Pesquisa e Estratégia em Segurança Pública (Supesp).
A instituição, que já era considerada o berço da segurança pública no Estado desde sua criação, em 2019 lançou o Curso de Especialização em Metodologia e Didática do Ensino em Segurança Pública (CEMDESP) – capacitação pioneira no Brasil, que visa proporcionar aos profissionais de segurança pública das diferentes áreas, o conhecimento das bases teórico-metodológicas e didático-pedagógicas que norteiam o ensino, formando assim professores e multiplicadores.