Suspeito de matar mãe e filha na Sapiranga é preso pela Polícia Civil
4 de novembro de 2019 - 15:37 ##SAPIRANGA #DHPP #Homicídio #PCCE #Prisão #Suspeito
A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), prendeu, nessa terça-feira (29), o suspeito das mortes de mãe e filha, que tiveram os corpos encontrados, nesse domingo (27), no bairro Sapiranga, Área Integrada de Segurança 7 (AIS 7). O suspeito do crime, pai da criança, confessou os homicídios e foi autuado em flagrante na sede do DHPP.
Segundo a delegada da 7º delegacia do DHPP, Mariana Diógenes, responsável pela investigação do caso, ontem (29), o pai da criança, identificado como Robert da Silva Pereira (25), sem antecedentes criminais, foi até a delegacia, com familiares, em busca de informações sobre a morte da criança. Um fato chamou a atenção da equipe de investigadores: o pai da criança demonstrava um comportamento frio e distante. Ao ser interrogado, o suspeito estranhou a forma como noticiaram que o corpo da filha foi encontrado – dentro de um saco – fato que, após indagações da delegada, fez com que o mesmo admitisse o crime.
Durante as diligências, Robert confessou que matou Luana dos Anjos Sampaio (23), e, logo em seguida, matou a sua filha, Maria Louise dos Anjos Sampaio, com 7 meses. Ao ser questionado sobre o motivo dos homicídios, ele relatou que queria dá um fim no relacionamento com Luana, pois, segundo sua versão, ela não aceitava o término e insistia em manter a relação. Ainda de acordo com a versão do homem, ele matou a filha porque não teria como justificar a presença da criança na posse dele. Ele afirmou que seria questionado onde estaria a mãe da menina. Disse ainda que nunca quis ser pai da criança ou manter relacionamento com Luana.
O diretor da DHPP, Leonardo Barreto, destaca que a Polícia Civil conseguiu elucidar o duplo homicídio em poucos dias, pois desde o momento do ocorrido, a equipe policial trabalhou de forma ininterrupta e reuniu todas as informações e vestígios iniciais necessários para esclarecer a autoria delitiva do crime. “Nos deparamos com um caso cruel, que impactou até os policias civis acostumados a lidar com cenas trágicas. Diante disso, a Polícia Civil imediatamente passou a investigar o fato. Os corpos foram encontrados em uma distância relativamente pequena entre eles, cerca de 500 metros. Isso nos alertou que poderíamos estar com dois casos, aparentemente distintos, que seriam ligados. Ao aprofundar as investigações, tivemos a triste constatação que se tratavam de mãe e filha”, revelou o delegado.
O crime
Conforme Mariana Diógenes, inicialmente o homem apresentou a versão de que viu as vítimas, pela última vez, na casa onde mora com os pais, mas teria ido trabalhar e Luana teria voltado para a casa em que morava com a bebê. Porém, quando a delegada mencionou que a criança foi encontrada dentro de um saco, Robert contestou, demonstrando que sabia como tinha deixado o corpo na lagoa, tendo retirado a sacola pouco tempo antes. Depois disso, ele confessou as mortes.
Em depoimento, o homem contou como cometeu os homicídios. Segundo ele, seus pais tinham viajado, no sábado (26), o deixando sozinho com Luana e Maria Luiza na casa em que morava. Quando chegou do trabalho, encontrou a criança dormindo em sua cama, enquanto Luana o esperava em outro cômodo. Luana tentou manter relações sexuais com ele, que a rejeitou. Após isso, o casal iniciou uma discussão e Robert a atacou. Ele a matou com golpes de um pedaço de madeira na cabeça, o que levou a vítima a óbito no local. Após matar Luana, ele foi atrás da criança, que dormia em um quarto da casa, com o intuito de matá-la asfixiada.
Após o crime, Robert resolveu se desfazer do corpo de Luana, jogando-a em uma cacimba, situada em um terreno baldio do bairro Sapiranga e abandonou o corpo da filha na Lagoa do Soldado, cerca de 500 metros do local onde abandonou Luana. Os corpos desovados em locais distintos foi uma forma que o suspeito achou de dificultar o trabalho policial. “Ele retirou ainda as roupas das duas vítimas como forma de não deixar impressões digitais”, revelou a delegada.
O suspeito se preocupou em limpar a cena do crime com o intuito de não deixar pistas da autoria do homicídio. Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu o veículo que transportou os corpos das vítimas, um pedaço de madeira e um saco plástico que envolveu o corpo de Luana. O material apreendido está sendo periciado. Robert foi autuado por homicídios qualificados e ocultação de cadáver e está à disposição da Justiça.