Polícia Civil do Ceará prende casal suspeito de abusar sexualmente de quatro filhas há 16 anos

6 de março de 2018 - 17:01 # #

A trajetória criminosa de um casal acusado de abusar sexualmente de quatro filhas de idades distintas, há pelo menos 16 anos, foi interrompida na manhã desta terça-feira (16), após uma operação denominada “Jocasta”, deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), em Fortaleza. O trabalho, capitaneado pelas Delegacias de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) e de Defesa da Mulher de Icó (DDM-Icó), resultou nas prisões dos dois suspeitos, no bairro Rodolfo Teófilo – Área Integrada de Segurança 06 (AIS 06), na Capital. O caso exemplifica o trabalho ágil da PCCE, que rapidamente elucidou os crimes, bem como prendeu os autores.

O fato foi noticiado no fim do mês de fevereiro, quando a filha de 22 anos, residente na cidade de Icó, procurou a DDM do município para denunciar os abusos sexuais que sofreu ao longo da vida. Ela informou a Polícia que suas irmãs de 15 e 12 anos também vinham sendo vítimas dos próprios pais. Com isso, as investigações se estenderam até Fortaleza, onde o homem e a mulher moravam atualmente. Na Capital, as apurações ocorreram em conjunto com a Dceca.

Conforme os delegados Levy Louzada (Dceca) e Gabriela Barreto (DDM-Icó), o pai das meninas, que já responde por tráfico de drogas, receptação e corrupção de menor, fugiu do município do centro-sul cearense, após sofrer ameaças em razão de sua participação em atividades ilícitas. Com isso, o casal veio para Fortaleza, onde manteve os abusos sexuais contra as filhas menores. Já as vítimas maiores de idade – 18 e 22 anos – permaneceram em Icó. De posse de todos os indícios, a Polícia Civil do Ceará representou pelas prisões temporárias dos autores do crime e cumpriu os mandados nesta manhã. “Não houve resistência por parte do casal. Mas a impressão que tivemos é que eles ficaram surpresos, pois sabiam das denúncias feitas pela filha mais velha, mas não esperavam que em tão pouco tempo, a Polícia Civil chegaria a sua porta com mandados judiciais contra eles”, destacou Louzada.

Ainda de acordo com as investigações, as vítimas foram submetidas a diversos atos sexuais cometido pelos pais e há elementos que indicam que os próprios genitores tiraram as virgindades de três filhas, bem como realizaram orgias sexuais sob o uso de entorpecentes. Um dos fatos que chamou atenção dos profissionais de segurança, é que a vítima de apenas 15 anos possui um filho de três anos de idade. “Há indícios que a criança seja filho do próprio avô. Contudo, apenas um exame de DNA confirmará essa informação”, disse o delegado da Dceca. No imóvel, foram apreendidos materiais pornográficos que serão periciados.

O casal foi conduzido à sede da delegacia especializada, onde foi ouvido. A prisão decretada pela Justiça estadual é valida por 30 dias, podendo ser prorrogada até a conclusão do inquérito policial. Em caso de condenação, as penas previstas para os delitos, somadas, podem chegar até 60 anos de reclusão. Já as crianças menores de idade deverão ficar sob a custódia de outros familiares ou do Conselho Tutelar.