Mulher desaparecida em Itaitinga é localizada após ação conjunta das Polícias Civis do Ceará e do Mato Grosso

8 de março de 2021 - 11:07 # # # #

Uma investigação realizada por equipes da 12º Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), resultou na localização de uma mulher, que estava desaparecida desde o dia 16 de dezembro de 2020. A procurada de 28 anos foi encontrada na última quinta-feira (04), em uma casa no município de Nova Mutum, no estado do Mato Grosso (MT).

A vítima estava desaparecida desde dezembro, quando saiu da residência de sua mãe na cidade de Itaitinga – Área Integrada de Segurança 13 (AIS 13) do Ceará, para resolver um problema em um banco e não retornou mais. Familiares tentaram entrar em contato por meio de telefone, mas o aparelho somente dava sinal de desligado. O DHPP passou a investigar o caso e descobriu que a jovem pediu o cartão de crédito do padrasto emprestado e efetuou a compra de uma passagem aérea, realizada no mesmo dia que a vítima desapareceu.

Com as informações da passagem aérea, a 12ª Delegacia do DHPP entrou em contato com a Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT) que passou a auxiliar nas investigações. Após a divulgação da imagem e dos dados da vítima, a PCMT recebeu denúncias sobre a localização da mulher, que viveria em um sítio na zona rural de Nova Mutum (MT). As informações foram repassadas para os policiais civis do município, que diligenciaram até o local, mas a vítima não foi encontrada. Porém, os policiais receberam outro informe de onde a vítima estava morando. Desta vez, seria uma residência no bairro Jardim Europa, ainda em Nova Mutum. Lá, ela finalmente foi localizada.

Questionada sobre o ocorrido, a jovem disse que estava bem e que estava morando na cidade por vontade própria. Os policiais orientaram que ela procurasse a família para dar informações sobre o seu paradeiro. Depois de verificadas as boas condições de saúde e ausência de risco para ela, os policiais da PCMT comunicaram as equipes da PCCE sobre a localização da mulher. No Ceará, os familiares dele foram informados de sua localização, bem como seu estado de saúde.

Tipos de desaparecimento

A delegada responsável pelos casos de desaparecimento que chegam ao DHPP, Arlete Silveira, explicou que o caso é comum e se enquadra em um dos tipos de desaparecimento. O chamado “desaparecimento voluntário”.

A delegada explicou ainda que existem três tipos de desaparecimento: o voluntário – quando a pessoa se afasta por vontade própria e sem avisar. Isso pode acontecer por motivos diversos: desentendimentos, medo, aflição, choque de visões, planos de vida diferentes, dentre outras razões; o involuntário – quando a pessoa é afastada do cotidiano por um evento sobre o qual não tem controle, como, por exemplo, um acidente, um problema de saúde, um desastre natural e, por fim, o forçado – quando outras pessoas provocam o afastamento, sem a concordância da vítima. Entre os casos registrados, as principais motivações são problemas familiares, a relação com drogas ilícitas, problemas amorosos e depressão.

Perfil do desaparecido

Em 2020, a 12ª Delegacia do DHPP realizou investigações de 438 casos de desaparecimento. Cabe ressaltar que a maior parte das vítimas é composta de jovens com idade entre 12 e 29 anos. Eles são responsáveis pelo registro de 222 ocorrências, ou seja, 50,6% do registro total. A 12ª delegacia do DHPP possui um índice de resolutividade de 80,8% dos casos, isto é, dos 438 registros, a 12ª Delegacia conseguiu elucidar 354 casos. Dentro desse percentual, 89,2% dos casos são de pessoas encontradas com vida.

A criação da delegacia tornou possível um estudo maior sobre a temática. Através do acompanhamento da especializada foi possível conhecer os dias e os horários que possuem maior incidência de desaparecimentos. Sábado é o dia que apresenta o maior número de registros. Foram contabilizados 85 casos, o que representa 19,4%. Em seguida, vem a segunda e a terça-feira, que registram 74 e 69 casos, 16,8% e 15,7%, respectivamente. Os dias com menor registro desse tipo de ocorrência são as quartas e quintas-feiras, com 44 registros cada, o que equivale a 10% dos casos. A maior parte dos desaparecimentos ocorre durante o dia, sendo o período da tarde – de meio dia às 17h59min – o horário de pico, com 141 registros, o que equivale a 32,1% dos casos.

Registro de ocorrência

No Ceará, o boletim de ocorrência pode ser registrado em qualquer unidade policial da Polícia Civil. Os casos registrados em Fortaleza ficam sob a responsabilidade da especializada. Já os casos registrados na Região Metropolitana da Capital e nos demais municípios do Estado ficam sob a responsabilidade das delegacias que atuam na circunscrição onde ocorreu o desaparecimento.

Assim como é importante o registro do desaparecimento, é fundamental que os casos de encontro de pessoas sejam reportados à Polícia. Esse fluxo de informações serve para fins de análise dos casos e formulação de uma política pública de prevenção ao desaparecimento de pessoas.