Polícia Civil elucida homicídio em Aurora com a captura de dois suspeitos

8 de março de 2018 - 18:41 # #

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) divulgou, na manhã desta quinta-feira (8), em Juazeiro do Norte, município do Estado do Ceará, Área Integrada de Segurança 19 (AIS 19), o resultado das investigações sobre o homicídio que vitimou Aparecida Ferreira Lima Rangel (40). A coletiva foi realizada na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. O crime aconteceu no dia 14 de janeiro deste ano, no Sítio Angico, em Aurora, AIS19. Os suspeitos foram presos e as investigações concluídas.

As averiguações foram iniciadas pela Polícia Civil de Aurora após notícias de que a vítima teria se desequilibrado da garupa da motocicleta pilotada pelo marido, caído no asfalto da CE 288 e sido atropelada, vindo a óbito no local. Essa foi a versão usada pelo esposo da vítima para justificar o ocorrido junto a família de Aparecida. O que gerou suspeita foi o fato dele não comparecer ao enterro. Durante seu depoimento na delegacia, ele afirmou não lembrar de nada e passou mal, vindo a ser conduzido para uma unidade hospitalar. Durante atendimento médico, o suspeito empreendeu fuga, não sendo mais encontrado.

De acordo com levantamentos policiais, existiam fortes indícios de que a morte não teria sido um acidente. Foram repassadas aos policiais informações a respeito do relacionamento conturbado do casal, indicando que a vítima sofria violência doméstica. Chegou ao conhecimento da Polícia que certa vez o suspeito já teria mencionado que em caso de separação ele mataria ela e depois cometeria suicídio.

Os agentes de segurança verificaram o local do crime e não constataram marcas de atropelamento na localidade. Uma testemunha relatou que o agressor estava andando com uma barra de ferro, no dia do crime. A barra de ferro com marcas de sangue foi encontrada e levada para análise.

Os laudos da perícia indicaram que a vítima não apresentava sinais característicos de atropelamento. No corpo, foram encontradas quatro lesões na cabeça por instrumento contundente e foi confirmado que a barra de ferro era compatível com os ferimentos. A perícia chegou a conclusão que as manchas avermelhadas encontradas na barra de ferro eram sangue e que o material era compatível com o DNA da vítima.

Foi decretada prisão temporária de Francisco Erivan Rangel Filho (38), esposo da vítima. As investigações indicaram que a testemunha que mencionou ter visto Francisco Erivan andando com a barra de ferro, também teria isto o casal em um balneário, antes do crime. Informações coletadas pela Polícia apontaram ainda que a testemunha havia estado no local do crime, reforçando as suspeitas de seu envolvimento no homicídio.

A testemunha, identificada como José Ribeiro Duarte (40), na verdade teve participação ativa no crime. Encaminhado para prestar depoimento, José confessou ter participado do homicídio, pois receberia R$ 400,00, valor ofertado pelo marido da vítima para auxiliar na execução do delito e simular um acidente. O homem afirmou que naquela tarde tinha ajustado detalhes da execução com Erivan, mas disse que quem teria proferido os golpes com a barra de ferro que ocasionou na morte de Aparecida, não teria sido ele e sim Erivan.

A Polícia Civil, prosseguindo com as investigações, solicitou a quebra de sigilo bancário de Francisco Erivan e foi constatado que ele firmou um contrato de seguro de vida como beneficiário, no caso de morte de Aparecida, no valor de R$ 800.000,00, no mês de novembro do ano passado. O montante, que ainda não havia sido liberado, motivado o suspeito a praticar o crime.
Os indivíduos Francisco e José foram indiciados por homicídio qualificado por promessa de recompensa ou motivo torpe. Na tarde de hoje, o juiz recebeu a denúncia e decretou a prisão preventiva dos criminosos, que foram encaminhados para a Cadeia Pública. O inquérito foi concluído pela Delegacia Municipal de Aurora.