PCCE identifica autores de homicídios que vitimaram chefes de organização criminosa paulista e divulga investigação para localizar aeronave em SP

2 de março de 2018 - 16:14 # # #

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) divulga, na tarde desta sexta-feira (02), os detalhes das investigações desencadeadas com o objetivo de elucidar o duplo homicídio, que vitimou dois integrantes de uma organização criminosa paulista, no dia 15 de fevereiro, na cidade de Aquiraz – Área Integrada de Segurança 13 (AIS 13), bem como a identificação dos autores e partícipes, que estão com mandados de prisão em aberto. Na ocasião, um helicóptero foi utilizado no transporte das vítimas até o local da execução. Os trabalhos policiais, que foram capitaneados pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), tiveram o apoio também de equipes da Divisão Antissequestro (DAS). Na noite dessa quinta-feira (01), após informações repassadas pela delegacia especializada cearense, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu a aeronave utilizada no crime.

A Justiça decretou as prisões temporárias em detrimento de Wagner Ferreira da Silva – o “Cabelo Duro” e morto em São Paulo; Erick Machado Santos – conhecido por “Neguinho Rick da Baixada”; Ronaldo Pereira Costa, André Luiz da Costa Lopes – o “Andrezinho da Baixada”, Thiago Lourenço de Sá de Lima, bem como o homem apontado como o mandante do crime, Gilberto Aparecido dos Santos – conhecido “Fuminho”. Os trabalhos iniciaram após o fato ocorrido em uma reserva indígena localizada no município da Região Metropolitana de Fortaleza. Por meio de diligências, a Polícia Civil cearense identificou um imóvel luxuoso, no Porto das Dunas, também em Aquiraz, onde uma das vítimas residia. Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue” e um dos chefes da organização criminosa, utilizava um nome falso, sendo conhecido por João Paulo Martinelli. Já Fabiano Alves de Souza, “Paca”, era conhecido por Carlos Fabiano Duarte. De acordo com as apurações, a mansão avaliada em mais de dois milhões de reais, foi adquirida em junho de 2017 e estava no nome de um “laranja”, identificado por José Cavalcante Cidrão, que atualmente se encontra com mandado de prisão em aberto. Já “Paca” residia em um condomínio em Fortaleza. As únicas pessoas autorizadas a entrarem no local, eram os familiares de “Gegê do Mangue”, de “Paca” e de José Cavalcante.

No dia 13 de fevereiro, Claudiney Rodrigues de Souza, o “Cláudio Boy”, também apontado como um dos chefes do grupo criminoso, visitou as duas vítimas na propriedade do Porto das Dunas. Imagens colhidas pelas Draco mostram o momento que o homem chega ao local. “Cláudio Boy”, que era procurado pela Interpol e pela Polícia Federal (PF) e foi capturado no aeroporto de São Paulo, no dia 19 de fevereiro – três dias após as mortes.

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na propriedade, no dia 19 de fevereiro, a Polícia Civil localizou diversos documentos em nome de outro individuo, identificado por Francisco Cavalcante Cidrão, irmão de José Cavalcante Cidrão, e que também atuava como “laranja”. Em continuidade às investigações, a Polícia chegou ao segundo imóvel de luxo e avaliado em R$ 1,8 milhões, na cidade do Eusébio (AIS 13). A casa, que não chegou a ser utilizada era de propriedade de “Paca”, que pretendia se mudar para o local, após uma proibição do condomínio, onde residia, no bairro Cocó (AIS 10), em colocar cortinas na varanda do imóvel.

Além das três propriedades, as vítimas possuíam mais um imóvel, sendo este uma mansão na Lagoa do Uruaú, em Beberibe (AIS 18), no valor de R$ 1,1 milhão. Quatro veículos de luxo, avaliados em torno de R$ 2,5 milhões, também foram sequestrados a partir de mandados judiciais expedidos após representação da Draco da PCCE. Atualmente, existem mandados de prisão contra mais duas pessoas, sendo estas, Samara Pinheiro de Carvalho Cavalcante e Magda Enoé de Freitas.
Com os indícios colhidos durante os cumprimentos judiciais, a PCCE manteve as apurações ininterruptas e identificou a empresa de táxi aéreo situado no Eusébio, onde entre os dias 13 e 15 de fevereiro, um helicóptero, com as mesmas características da aeronave que foi vista sobrevoando a reserva indígena, esteve hangarado.

Com isso, as equipes especializadas chegaram ao nome do piloto que realizou os voos, sendo este identificado por Felipe Ramos Moraes – com passagens pela Polícia do Estado de Minas Gerais, após ser preso por transportar drogas em um helicóptero. No dia do crime, conforme os registros colhidos pela PCCE na empresa, o veículo aéreo realizou dois voos. O primeiro ocorreu entre 9h28min e 9h50min. Já o segundo, às 10h13min, sendo este com destino à Bahia, de acordo com informações fornecidas pelo piloto à empresa.

Por fim, a PCCE descobriu a localização do helicóptero e já de posse do mandado de sequestro da aeronave, foi solicitado o apoio da Polícia Civil de São Paulo, que apreendeu o veículo em Fernandópolis, cidade do interior paulista. Agora, as tratativas visando o transporte da aeronave para o Ceará estão em andamento. Além disso, as investigações permanecem a cargo da Polícia Civil cearense, com o objetivo de prender os envolvidos na ação criminosa.